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Pesquisas apontam baixa produtividade de alunos da rede pública e privada com ensino remoto na pandemia
Alunos, profissionais da educação e responsáveis relatam dificuldades com o ensino remoto
Por Laís Muzzi- RGM24269085

Em junho o Datafolha a pedido do instituto Lemann, realizou uma pesquisa que apontava 74% dos alunos da rede pública receberam atividades pedagógicas. 82% estavam realizando a maioria das atividades proposta. 23% dos alunos apresentavam dificuldades. Na pesquisa realizada por EY-Parthenon, em conjunto com Educa Insights em todo Brasil no mês de junho apontavam que 66% dos pais tiveram dificuldades em lidar com o ensino remoto. 47% das instituições não estavam dando suporte necessário. Familiares temiam prejudicar o planejamento pedagógico e o desempenho dos seus filhos no Enem.
- Não é possível terceirizar totalmente a educação dos filhos. A maior integração entre as partes e a percepção de que um ensino de qualidade depende de todos serão fundamentais para que os impactos imediatos na aprendizagem sejam minimizados e para que as finanças das escolas sejam preservadas - afirma Eduardo Tesche, sócio de estratégia da EY Parthenon e líder da pesquisa.
Apesar de maiores recursos, escolas particulares também sofrem com o ensino remoto. Adaptação não agradou todos os pais.  
- Por vezes, a plataforma de ensino cumpre as necessidades propostas. O sistema é limitante, não há tanta rigidez e vejo grande dificuldade na interação dos alunos - diz Adriana Guedes, mãe de aluno do ensino fundamental na escola Firjan SESI no Rio de Janeiro/ RJ.
- Adaptamos nossos horários e ditamos um roteiro mantendo uma disciplina responsável com horários, a absorção do conteúdo on-line é diferenciado do presencial. O prolongamento do conteúdo faz com que percam a atenção nas aulas por ser muitas das vezes cansativas – relata Adriana.
Nota-se a continuidade dos problemas que eram frequentes no início da adequação do ensino remoto, ainda presente. Pode-se observar uma baixa muito maior nas redes públicas do Rio de Janeiro. Até o momento não estabilizaram um meio concreto de ensino para os alunos. Muitos não têm acesso a computadores, celulares ou internet.
- A rede de ensino público não está tendo aulas remotas em plataformas on-line, mas alguns professores estão desenvolvendo por conta própria algumas reuniões com o meet ou o zoom, até porque o público alvo em certas escolas ainda é muito precário. Nossa escola, por exemplo, grande parte ainda não tem acesso à internet. – relata Priscila Baracho, professora de Educação Física na rede pública do Rio de Janeiro/RJ.
Já os alunos do Ensino Médio estão tendo aulas frequentes por meio da plataforma disponibilizada. Os mesmos relatam falta de suporte da equipe pedagógica e o esforço de alguns professores em suas disciplinas.
- Posso ver o empenho dos professores, porém a coordenação da escola não dá suporte aos alunos quando necessário – relata J.F,17 anos, aluno do ensino médio da rede estadual do Rio de Janeiro.
- Por mais disciplina que eu tenha, fico com dúvidas e é difícil compreender por vídeo chamada. As faltas de debates na sala de aula em determinadas matérias fazem falta para aprimorar o conhecimento e expor nosso ponto de vista – diz E de S, 17anos, aluno do ensino médio da rede estadual do Rio de Janeiro.
Questionados sobre o Enem, os alunos relataram que não receberam suporte para o exame, apenas informação que será realizado em janeiro de 2021.
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